26 de jan. de 2014

Política, esse mal necessário

“Política é a arte de se servir das pessoas, dando-lhes a impressão de estarem sendo servidas”. “Alguns políticos andam tão atarefados resolvendo os problemas do país que nem sobra tempo de serem honestos”. Quem nunca ouviu alguma frase denegrindo e criticando os políticos?! Nós, eleitores, temos motivos de sobra para censurar os políticos, mas nem por isso devemos esquecer do papel da política em nossas vidas, caso contrário nós continuaremos sendo eternamente punidos. O ser humano necessita de política.  Política é a arte de viver juntos. Quando vivemos separados, temos opiniões próprias, mas que apenas têm valor caso forem discutidas e alianças sejam formadas. Por isso existe a política para solucionar conflitos e desacordos. Todos nós sonhamos consertar o mundo e por isso damos nossas opiniões e soluções. Então, devemos nos submeter ao primeiro oportunista que aparecer? Ao primeiro corrupto que surgir? Ao primeiro demagogo que tudo prometer? Claro que não! Todavia é necessário ter um representante. Sabemos que é preciso seguir nossos líderes sociais. Embora, jamais deva ser qualquer um. Consentimos obedecer, mas queremos que nossos mensageiros, no lugar de abolir nosso poder, o fortaleça e o garanta. Política serve para unir discordâncias, contradições e conflitos. Ninguém deve ficar no seu canto, tratando seus assuntos pessoais. Opiniões e divergências tornam o ser humano singular; mas, sugestões ilhadas em nada ajudam quando do ponto de vista social. Por esse motivo surge política para dar espaço ao compartilhamento das idéias, sejam elas semelhantes ou diferentes. Quando deixamos a política apenas nas mãos dos candidatos, eles acabam decidindo por nós, fazendo valer suas concepções, nem sempre desejáveis. Quem não se preocupa com política, não têm o direito de se queixar que a coisa está indo mal. Aquele que anula seu voto, na verdade está renunciando a uma parte do seu poder. Ninguém deve ser ingênuo para acreditar não haver interesses pessoais, recheados de mazelas, no seio da política. Todavia, devemos lembrar que a política não é feita apenas de virtudes. Caso conseguíssemos viver apenas de moral, também não precisaríamos de tribunais, de leis, de polícia, de governo e, obviamente, de política, esse mal tão necessário. A bondade de cada um, a caridade de poucos e a solidariedade de certos indivíduos não bastam para vencer a miséria, a exclusão, os desmandos e a corrupção. Pensar assim é pura conversa fiada. A maioria das pessoas é egoísta; portanto vamos ser egoístas juntos. Pelo menos assim, defendendo os interesses do outro, estaremos defendendo os nossos, coletivamente. Quem não concorda que a busca organizada dos interesses comuns é melhor do que o confronto causado pelo interesse de cada um, separadamente?! Muitas vezes a injustiça é melhor para todos do que a justiça para apenas um. É claro que devemos seguir nossa consciência. A moral aplaude, mas não nos diz como alcançar nossos sonhos, sozinhos. Fazer política é vigiar suas ferramentas, os políticos. Fiscalizar faz parte dos direitos de cada cidadão, sendo dever do eleitor. Entretanto não podemos confundir cobrança com ridicularização. Não devemos correr o risco de tornar ridículo e nem tripudiar sobre a política. Convém estar atento e não acreditar cegamente em tudo o que diz um candidato, mas também não condená-lo ou denegri-lo, por princípio. Jamais conseguiremos salvar a política cuspindo aleatòriamente em quem faz política. Ainda existem políticos que merecemos. São poucos, mas podemos aumentá-los. Tudo que é feito de maneira coletiva, passa pela política. Há tarefas mais interessantes do que assistir a um debate político ou em perder tempo com promessas de candidatos. Pode ser. Mas a história não é um destino: ela é aquilo que fazemos juntos. Isso se chama política. Não devemos ficar aguardando que ela nos molde à revelia. Eleitor é causa! Democracia é efeito!



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