31 de out. de 2013

Como valorizar a carreira de professor no Brasil?


Pesquisa divulgada no início do mês pela fundação educacional Varkey Gems colocou o Brasil em penúltimo lugar entre 21 países em um ranking de valorização de professores, com base na remuneração de docentes, respeito por parte dos alunos em sala de aula e o interesse pela profissão.
Neste último quesito, uma outra pesquisa, das fundações Victor Civita e Carlos Chagas, deu também indícios desanimadores: apenas 2% dos estudantes de ensino médio pesquisados tinham como primeira opção no vestibular carreiras em pedagogia ou licenciatura.
"Há o problema da atratividade da carreira e da formação dos professores – e ambos estão interligados", opina à BBC Brasil Paula Louzano, pesquisadora da Faculdade de Educação da USP e doutora em educação em Harvard.
"Ao contrário de países (com ensino considerado de alta qualidade) como Cingapura, Finlândia e Canadá, no Brasil o trabalho é visto como algo que qualquer um pode fazer. A maioria não escolhe ser professor, é escolhido (por falta de outras oportunidades)."
A mudança dessa mentalidade é "fundamental", diz Louzano. "A docência é uma das profissões mais complexas de se fazer bem-feito, de ensinar 40 alunos de uma mesma sala com demandas e históricos diferentes."
O tema ganha força nesta terça-feira, dia do professor, em que estão planejados protestos pela educação em diversas cidades brasileiras e em que a presidente Dilma Rousseff escreveu em seu perfil no Twitter que "educação de qualidade exige professores mais bem formados e melhor remunerados".
Também nesta terça-feira, professores fluminenses decidiram em uma assembleia continuar uma greve iniciada há 2 meses.

Salários

O debate sobre a atratividade da profissão também passa por salários. Um levantamento da ONG Todos Pela Educação com base em dados do Pnad (pesquisa nacional de amostra de domicílios do IBGE) mostra que os professores de educação básica brasileiros ganham apenas um terço do que a média de profissionais formados em ciências exatas.Isso ajudaria a explicar a dificuldade de muitas escolas em conseguir bons professores de física e matemática, já que profissionais com esse tipo de formação conseguem remuneração muito superior em outras áreas.
Ao mesmo tempo, o levantamento da ONG aponta que o salário dos professores tem crescido gradativamente entre 2002 e 2011 (o Pnad de 2012 ainda não foi computado), ganhando competitividade perante os rendimentos de outros profissionais com ensino superior completo.
"A diferença salarial está caindo, mas as condições de trabalho não dizem respeito apenas ao salário", explica Alejandra Meraz Velasco, gerente técnica da Todos Pela Educação.
Beatriz Lugão, diretora do Sindicato Estadual dos Professores do Rio, cita entre as queixas da categoria "a falta de autonomia pedagógica (o fato de os professores se sentirem limitados quanto à elaboração das aulas, por exemplo), turmas superlotadas, sucateamento de escolas e filtro ideológico na indicação política (do corpo de diretores)".
Simultaneamente, um dos avanços em políticas públicas, diz Paula Louzano, é a adoção de um piso salarial nacional aos professores, ainda que não tenha sido estabelecido em âmbito federal um limite máximo de horas de trabalho.
"Isso faz com que alguns professores trabalhem 71 horas semanais, em duas ou três escolas diferentes. A qualidade desse trabalho vai ser afetada."

Gestão escolar

Para Naercio Menezes, coordenador de pesquisas do centro de políticas públicas do Insper, o professor está lentamente recompondo seu poder de compra perante outras carreiras, mas ele argumenta que não há uma correlação clara entre salários de mestres e o desempenho dos estudantes em avaliações como a Prova Brasil. E diz que o número de faltas desses professores é um dos fatores que prejudicam os alunos.
"O mais importante é a gestão (escolar)", defende. "Se a escola não introduz a meritocracia e o bônus pelo desempenho (dos professores), há uma acomodação geral no sistema."
A ideia não é consenso entre especialistas. Louzano argumenta que a escola pública, em geral, não oferece apoio suficiente ao docente para impor cobranças por meritocracia.
"É preciso pensar numa política que combine apoio (ao professor) e incentivos (ao seu desempenho)", opina.
Mas a gestão escolar volta a aparecer como um fator importante em uma recente pesquisa da Fundação Lemann e do Itaú BBA, que mapeou iniciativas bem-sucedidas em escolas em regiões carentes do país.
Entre essas iniciativas estão estratégias para valorizar o docente – mesmo na ausência de um plano de carreira – e capacitação especial para os professores em pontos específicos do conteúdo escolar que eles tenham tido dificuldade em ensinar aos alunos.

Formação

A capacitação e formação dos mestres é citada também por Paula Louzano como um dos pontos cruciais para a valorização do docente e a melhoria do ensino básico no país.
Ela cita duas preocupações específicas: primeiro, a não-valorização de suas habilidades ("infelizmente consideramos aceitável que, se falta um professor de física, qualquer um possa dar aula no lugar dele") e, em segundo lugar, a proliferação de cursos privados de qualidade duvidosa - muitos à distância e com carga horária insuficiente – na formação de docentes.
"Há no mercado cada vez mais cursos baratos, de final de semana, e sem tutores qualificados, que certificam (pessoas a serem professores)", argumenta. "Por que não consideramos isso aceitável em engenharia ou medicina, mas sim na formação de nossos professores?"
Questionado pela BBC Brasil, o Ministério da Educação enumerou projetos diversos voltados à valorização de docentes, como o Plano Nacional de Formação de Professores (com cursos de licenciatura e formação pedagógica), o Pibid (programa de concessão de bolsas a alunos de licenciatura) e a Universidade Aberta do Brasil, que tem cursos de aperfeiçoamento a professores em áreas como matemática, gestão escolar e educação integral, entre outros.

Fonte:BBC Brasil

CCJ da Câmara aprova cota racial para deputados federais e estaduais

Texto fixa um mínimo de deputados negros na Câmara e nas assembleias.
Proposta ainda não tem prazo para ser levada ao plenário.


A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (30) uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) (leia a íntegra) que estabelece reserva de vagas para parlamentares de origem negra na própria Câmara e nas assembleias legislativas.
Não há previsão de quando a proposta será votada no plenário. Antes, o texto ainda terá de ser submetido a uma comissão especial a ser formada especificamente para analisar a proposta. Para alterar a Constituição, uma PEC precisa ser aprovada em dois turnos na Câmara e no Senado, por maioria de três quintos dos membros de cada uma das casas (308 deputados e 49 senadores).
Segundo a proposta, o percentual das vagas destinadas aos parlamentares de origem negra corresponderá a dois terços do percentual da população que se declarou preta ou parda no último censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pelos dados do último censo, de 2010, esse percentual seria de 50,7%.
Se a PEC estivesse em vigor hoje, dois terços dos 50,7% corresponderiam a 173 vagas para negros entre os 513 deputados da Câmara.
A proposta aprovada na CCJ também determina que o percentual de vagas destinadas a parlamentares negros não pode ser inferior a 20% ou superior a 50% do total de vagas.
'Voto específico'
De acordo com o projeto, a reserva de cotas raciais teria validade por cinco legislaturas (o equivalente a 20 anos). Pelo texto, durante esse período, cada eleitor teria direito a um "voto específico" destinado a candidatos negros.

Segundo o autor do texto, deputado Luiz Alberto (PT-BA), deverão ser criadas duas listas de votação nas eleições para deputados federais e estaduais.
“Pela proposta, você tem direito a dois votos. Um voto vai para a lista geral, que pode ser negro, branco, mulher, índio, e um outro voto específico da lista da candidatura negra”, disse Alberto, parlamentar que se declara negro. “Hoje fazendo uma análise superficial, podemos perceber que menos de 5% dos deputados federais são negros.”
'Choque de democracia'
Na justificativa da PEC, Luiz Alberto, coordenador da Frente Parlamentar Mista pela Igualdade Racial e em Defesa dos Quilombolas, afirma que o projeto busca “superar insuficiência” na democracia brasileira.

“O que se propõe aqui é dar um choque de democracia nas casas legislativas e que esse choque recaia justamente sobre a questão decisiva em todas as discussões histórica e teoricamente mais relevantes sobre a democracia no Brasil, que é a das relações entre equidade racial e equidade social, econômica, cultural e política”, escreveu o parlamentar do PT ao assinar a proposta.
Fonte:G1

30 de out. de 2013


Plenário da ALMG aprova projeto que proíbe uso de amianto


Foi aprovado em 2º turno, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o Projeto de Lei (PL) 1.259/11, que proíbe a importação, o transporte, o armazenamento, a industrialização, a comercialização e o uso do amianto e de outros minerais que contenham quaisquer tipos de amianto ou asbestos em sua composição. Durante a Reunião Extraordinária de Plenário realizada nesta terça-feira (29/10/13), a proposição foi aprovada com 48 votos. O projeto segue, agora, para a Comissão de Redação Final, e, em seguida, para a sanção do governador.
De autoria do deputado Leonardo Moreira (PSDB), o PL foi aprovado na forma do Substitutivo nº1 ao vencido em 1º turno, apresentado pela Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária. O novo texto amplia os prazos para adequação das empresas: oito anos, para importação e transporte; oito anos e seis meses, para o armazenamento, a industrialização e a comercialização pela indústria dos produtos que contenham o mineral em sua composição; nove anos, para a comercialização pelos estabelecimentos atacadistas e varejistas; e dez anos, para o uso desses produtos.
O substitutivo também define medidas que as empresas devem tomar antes do fim do prazo: realizar medições de concentração de poeira de amianto em suspensão no ar nos locais de fabricação, em intervalos não superiores a seis meses; não permitir o trabalho de fabricação de produtos em locais onde as medições acusarem concentrações maiores que 0,10f/cm3 (zero vírgula 10 fibra de asbesto por centímetro cúbico); divulgar aos trabalhadores envolvidos na fabricação de produtos que contenham amianto ou asbestos em sua composição normas de segurança relacionadas a sua utilização segura e responsável; e realizar campanhas semestrais de qualificação e de divulgação ampla sobre os riscos e a forma correta de utilização dos produtos à base de amianto.
Foi rejeitada por 40 votos a emenda nº1, que previa a liberação do uso de produtos feitos a partir da pedra sabão.

Bolsa Verde


Programa de Apoio à Conservação Ambiental (Bolsa Verde) beneficia 42 mil famílias


Instituído há quase dois anos, o Programa de Apoio à Conservação Ambiental, conhecido como Bolsa Verde, que faz parte do Plano Brasil sem Miséria, beneficia cerca de 42 mil famílias em unidades de conservação e assentamentos, principalmente na Região Norte. A meta do governo é ter, até o fim do ano, 70 mil famílias cadastradas no programa. O objetivo é aliar a preservação ambiental à melhoria das condições de vida e à elevação da renda no meio rural.
Os beneficiários recebem trimestralmente R$ 300 para a conservação dos ecossistemas por meio do uso sustentável dos recursos naturais. Para ser beneficiária do Bolsa Verde, a família precisa ter renda per capita mensal até R$ 70, estar inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) e no Bolsa Família. Até o momento, já foram gastos R$ 70 milhões com o programa.
Também é preciso morar em unidades de conservação de uso sustentável – as reservas extrativistas -, em assentamentos de reforma agrária ambientalmente diferenciados, em territórios ocupados por ribeirinhos, quilombolas e outras comunidades tradicionais. Ao assinar o termo de adesão ao programa, com os objetivos e as regras de funcionamento, a família se compromete com a conservação ambiental e o uso sustentável dos recursos naturais.
Segundo o secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Paulo Guilherme Cabral, o compromisso dessas famílias é não desmatar. No caso da Amazônia, é preciso manter 80% da área de reserva legal. “Esses territórios já têm uma exigência ambiental maior, por isso as famílias tendem a ter uma limitação de renda. Se pudessem desmatar e colocar pastagem ou outra atividade econômica, poderiam auferir maior renda de imediato. O programa dá uma ajuda econômica para que não precisem desmatar”, disse o secretário.
Os governos federal, estaduais e as prefeituras iniciaram em julho e devem concluir até o início de outubro uma busca ativa para identificar novas famílias que possam ser beneficiadas. “É a etapa mais complexa, já que essas comunidades estão em regiões de difícil acesso,” explicou Cabral.
Em uma segunda fase do programa, até 2014 serão capacitados 300 educadores para que possam transmitir conhecimento a 10 mil beneficiários do Bolsa Verde, em um curso de 180 horas de manejo sustentável dos recursos naturais. “Agora, entramos nessa nova etapa de como as famílias podem incrementar sua atividade produtiva, beneficiar a produção e melhorar a comercialização dos seus produtos”, disse o secretário.
Segundo ele, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária está contratando assistência técnica diferenciada para que as famílias sejam apoiadas tecnicamente no uso sustentável dos recursos. “É uma assistência técnica orientada para a realidade deles”, ressaltou.
O gestor da Reserva Extrativista (Resex) Tapajós Arapiuns, no oeste do Pará, Mauricio Santamaria, disse que 1.400 das 4.851 famílias da reserva recebem atualmente o Bolsa Verde. “Estamos indo a campo para identificar novos beneficiários que vivem em lugares muito remotos”, acrescentou.
De acordo com Santamaria, a taxa de desmatamento é muito menor por causa do programa, visto que as famílias protegem as áreas da invasão do agronegócio. “As ações de capacitação e assistência técnica para acessar mercados diferenciados dos produtos extrativistas ajudam a manter a floresta em pé,” disse o gestor, ressaltando que os óleos de copaíba e andiroba, a borracha, o artesanato e o mel são os produtos de destaque da Resex.
Segundo o MMA, o programa prevê dois sistemas de monitoramento para verificar se as comunidades beneficiadas estão cumprindo o acordo de conservação ambiental das áreas em que vivem. O monitoramento da cobertura vegetal já é feito por imagens de satélites e o monitoramento por amostragem será realizado in loco por meio de visitas periódicas aos beneficiários a partir de 2014.
“Tivemos apenas duas áreas em que verificamos desmatamento e estamos indo a campo averiguar o motivo. O que houve foi muito pontual. As próprias famílias passam a ser fiscais de ações predatórias porque estão se beneficiando do programa,” disse o secretário Paulo Cabral.

Reportagem de Ana Cristina Campos, da Agencia Brasil

29 de out. de 2013


Atlas Politico 

Dep.Dinis Pinheiro (PP) Presidente da ALMG

Dinis Pinheiro, deputado estadual que exerce atualmente o quinto mandato (17ª legislatura 2011/2015), para o qual obteve 159.422 votos, conquistando novamente, a condição de mais votado do Estado e da história da Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais. Foi eleito Presidente da Assembléia, por unanimidade, para o biênio (2011/2012) e reeleito para o biênio 2013/2014.
Visando uma interação maior entre a ALMG e os mineiros, vem realizando uma série de estudos, encontros, seminários e outras ações.
Adotando esse conceito, ele concedeu uma entrevista ao Blog Pensar Não Custa. Uma entrevista sem proselitismo, “falando” sobre o trabalho desenvolvido por ele e demais deputados na ALMG.



PÑC – Como está sendo exercer a Presidência da Assembleia Legislativa de Minas Gerais pela segunda vez consecutiva?

Dinis Pinheiro – Está sendo muito gratificante, pois meu mandato foi renovado por amplo consenso dos colegas parlamentares e estamos tendo condições de dar sequência a alguns projetos que já havíamos iniciado e que têm prazo maior de maturação, como a revitalização da Praça Carlos Chagas e a implantação do Memorial do Legislativo Mineiro. Além disso, a Assembleia tem mantido nosso compromisso de dar prioridade à redução da desigualdade, desenvolvendo ações objetivas relacionadas com a assistência aos idosos, combate às drogas e melhoria das condições de saúde da população, para citar alguns.

PÑC – Sabemos que, infelizmente boa parte do eleitorado não se recorda em quem votou na última eleição e em sua grande maioria desconhece o papel de um Deputado. A ALMG dispõe de ações educacionais e/ou informativas que auxiliem na formação politica do cidadão?

Dinis Pinheiro – Sim e são várias.
Posso citar o Parlamento Jovem, que realizamos há vários anos em parceria com a PUC Minas e que é um programa que visita dezenas de cidades do interior – este ano foram 20 -, oferecendo informações e o debate político a jovens estudantes. Ao final dos debates no interior, em escolas, os jovens escolhidos em cada cidade permanecem dois ou três dias no assembléia, onde têm oportunidade de presenciar a atividade parlamentar e até simular uma atuação parlamentar.
Outro programa nosso voltado para a juventude é o Expresso Cidadania, realizado em parceria com o Tribunal Regional Eleitoral e que, a par de estimular os jovens a tirarem seu título de eleitor e votar, oferece a eles ampla matéria para debate e conscientização política.
Temos ainda programas de visitas orientadas à Assembleia, que atraem jovens de todo o Estado.
Para os adultos, a Escola do Legislativo oferece cursos de extensão, seminários e debates. Alem disso, nosso Portal e a TV Assembleia veiculam permanentemente programas de grande interesse e de formação da cidadania política.

PÑC – As manifestações recentes colocaram em xeque a credibilidade da política nacional. Quais lições são tiradas desses acontecimentos?

Dinis Pinheiro – A primeira lição foi a de que precisamos estar sempre muito atentos à dinâmica e ao pensamento da juventude, pois é ela, como bem lembrou o Papa Francisco em sua visita ao Brasil, que poderá dar o caminho das mudanças, com seu espírito inquieto revolucionário.
A segunda lição é a de maior austeridade no trato da coisa pública e maior atenção às necessidades da população, em especial as relacionadas com a Saúde e a Educação públicas.
Felizmente, noto que a Assembleia de Minas já estava bem sintonizada com esse espírito das ruas, pois vem mantendo uma agenda altamente identificada com os anseios populares, como a luta contra a desigualdade e a pobreza, a campanha por mais verbas para a Saúde e a luta contra o crack e outras drogas, que estão em nossa pauta desde 2011.

PÑC – O Senhor tem lançado esforços para o setor da saúde em esfera nacional. Qual sua atual visão dessa área? E quanto ao interior do Estado, quais as medidas tomadas pela ALMG?
Dinis Pinheiro – Eu acho que a Saúde é o grande problema dos gestores públicos brasileiros hoje, pelo acúmulo de problemas e pelas dificuldades existentes para resolvê-los. Nós lideramos em Minas a campanha Assine + Saúde e conseguimos recolher 700 mil assinaturas em um projeto de lei de iniciativa popular que pretende obrigar a União a investir 10% de sua receita em Saúde. Hoje, a Emenda Constitucional 29 obriga os Estados a investirem 12% e os municípios 15% da receita em saúde, mas não há um piso de investimento para a União. Como é a União quem mais arrecada, os recursos disponíveis são insuficientes e Estados e, principalmente, os municípios, ficam sacrificados, pois as demandas de saúde são locais, urgentes, e os prefeitos não têm como equacioná-las.
A ampliação dos recursos destinados à área e um aperfeiçoamento da gestão, no médio e longo prazo, poderão dar um panorama bem melhor ao setor.

PÑC – Hoje o município de Serra dos Aimorés possui 8.700 pessoas[Estimado], sendo que 43% da população são jovens. Quais são as políticas públicas adotadas pela ALMG com relação aos pequenos municípios como Serra dos Aimorés e quais delas contemplam diretamente a juventude?

Dinis Pinheiro – Uma das principais medidas já adotadas pelo Legislativo mineiro em relação aos municípios menores e mais carentes foi a criação do ICMS solidário que, por minha iniciativa, modificou os critérios de distribuição dos recursos do único imposto arrecadado pelo Estado (os demais são da União), dando prioridade a eles. Em nosso dia a dia, também temos procurado dar mais importância aos pequenos, não concentrando nossa atuação nos chamados municípios-pólo. Este ano, por exemplo, conseguimos atingir cerca de 400 cidades mineiras, com o nosso programa de prestação de contas interiorizado.
  
PÑC – Qual o retrospecto que o senhor faz dos trabalhos da Assembleia neste ano?

Dinis Pinheiro – É bastante positivo, sem dúvida. Fica até difícil destacar exemplos, mesmo porque já citei alguns nesta entrevista, mas eu destacaria em 2013 exatamente a criação do programa de prestação de constas regionalizada, em que nós valorizamos sobremaneira a população do interior e por meio da qual recolhemos mais de 1 mil sugestões e propostas, que estão alimentando o trabalho legislativo.


28 de out. de 2013

Venezuela cria 'vice-ministério da suprema felicidade social'

Pasta vai cuidar de sem-teto, desvalidos, idosos e crianças, diz presidente.
País enfrenta crises de desabastecimento; governo acusa oposição


O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na quinta-feira (24) a criação do que chamou do "Vice-Ministério da Suprema Felici

dade Social".
O vice-ministério, segundo Maduro, vai ser responsável por cuidar dos sem-teto, dos desvalidos, dos idosos e das crianças.
"Decidimos criar a pasta do vice-ministério, e o chamamos deste modo em honra do nosso Comandante Chávez e de Bolíviar. O Vice-Ministério da Suprema Felicidade Social do povo da Venezuela. Um vice-ministério de coordenação destas missões, das grandes missões presidenciais que têm o objetivo da suprema felicidade social", disse Maduro.
A pasta será liderada pelo ex-deputado e médico Rafael Ríos.
Entre as medidas de caráter social, Maduro anunciou o reforço e a criação de novos programas conhecidos como "missões".
O presidente também analisa a criação de um programa para atender animais e que receberia o nome de "Missão Nevado", em homenagem ao cão de Simón Bolívar.
As chamadas "missões"foram criadas pelo falecido presidente Hugo Chávez para atender os setores menos favorecidos da população, principalmente nas áreas de saúde, educação, alimentação e saúde.
O anúncio ocorre em meio à crise no abastecimento e a uma inflação anual que somou 49,4% em setembro, o que Maduro atribuiu a uma "guerra nacional e internacional" contra seu governo.
"Com os investimentos que são feitos, o trabalho que se faz, se não estivesse submetida à guerra nacional e internacional desses fatores econômicos, a economia (venezuelana) teria um ano 2013 perfeito, teria reduzido a inflação abaixo de 20%", afirmou Maduro na véspera.
A crise econômica se aprofundou na Venezuela este ano, com contínuas altas nos preços dos alimentos e escassez de alguns produtos e os analistas projetam que a inflação alcançará 50% ao ano contra um prognóstico inicial do governo de entre 14% e 16%.
O presidente solicitou no dia 8 de outubro poderes especiais à Assembleia Geral a fim de decretar leis em matéria de combate à corrupção e ao que chama de "guerra econômica".
Na quinta-feira, o ministro para a Alimentação, Félix Osorio, revelou que a Venezuela importará 400 mil toneladas de alimentos de países latino-americanos nos meses de novembro e dezembro, incluindo 80 mil toneladas do Brasil.
A escassez cíclica de alimentos como açúcar, café, azeite e leite, ou produtos básicos como papel higiênico, tem se agravado a cada mês na Venezuela.


26 de out. de 2013

Maior conferência do país debate fim dos lixões

Na abertura da 4ª Conferência Nacional de Meio Ambiente, ficou claro que o país não está preparado para substituir os lixões por aterros sanitários.


Brasília – Teve início na noite desta quinta (24), em Brasília, a etapa nacional da maior conferência já realizada no país: a 4ª Conferência Nacional de Meio Ambiente, destinada a discutir a Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei 12.305/10. São 1352 delegados após, nas 643 etapas municipais, 179 regionais e 224 conferências livres, o evento ter mobilizado o recorde de 200 mil pessoas.

“É uma base social em que todos os atores estão presentes, com os mesmos direitos e deveres, para construirmos esse Brasil mais justo que inclui, que cresce e que protege”, destacou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, para quem o país deve fazer política ambiental para muito além dos tradicionais ambientalistas e com muito diálogo, sem considerar dogmas imutáveis. “Onde tiver dogmas sem diálogo, não é a política ambiental do Brasil que acredito”, ressaltou.

Mas em meio ao que o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, classificou como “uma verdadeira festa da democracia”, o que ficou realmente claro é que o país não está preparado para a mais necessária e polêmica medida prevista na Lei 12.305/10, que entra em vigência em 2014: a substituição de todos os lixões por aterros sanitários. O assunto, portanto, será o norte e a principal polêmica do evento, que termina no domingo (27).
 
O problema da destinação dos resíduos sólidos é real e afeta tanto prefeituras pequenas, sem fontes de recursos para implantar tecnologias ambientalmente corretas, mas de custo mais alto, como os aterros sanitários, quanto unidades federativas relativamente ricas, como o Distrito Federal, que ostenta o vergonhoso título de abrigar o maior lixão de céu aberto da América Latina e ainda não conseguiu pactuar com a sociedade uma solução adequada para o problema.
 
O ministro da Cidades, Agnaldo Riberio, apresentou o preocupante dado de que apenas 10% dos municípios brasileiros já fecharam seus planos de resíduos sólidos, etapa necessária para implementação da nova lei. “Como a imensa maioria dos municípios brasileiros não fizeram seus planos de resíduos sólidos, nós já estamos com a implementação da lei comprometida”, destacou.
 
Representantes dos prefeitos e secretários de Meio Ambiente propuseram textualmente que a conferência discuta a possibilidade de prorrogação do prazo para o fim dos lixões, além de cobrarem financiamentos e contrapartidas do governo federal para a implementação dos aterros. “Nós queremos discutir aqui se o prazo vai ser dilatado ou não, mas, mais do que prazo, nós queremos discutir condições de contrapartida para as cidades”, ressaltou Pedro Wilson, da Associação Nacional de Dirigentes e Secretários Municipais do Meio Ambiente.
 
Clarlito Merss, representando a Frente Nacional de Prefeitos, destacou que os novos prefeitos que assumiram as administrações dos municípios brasileiros em janeiro deste ano têm a consciência de que o país precisa se desenvolver de forma sustentável. Entretanto, classificou a nova legislação de resíduos sólidos como “muito dura”. “Nós sabemos que lei tem que ser cumprida, mas cumprida de forma coerente, de forma a resolver os problemas. Não adianta o faz de conta”, justificou.
 
Mais do que os dirigentes municipais, são os catadores de recicláveis que estão preocupados com o fechamento dos lixões. Mobilizados, irromperam palavras de ordem contra a incineração do material coletado nos grandes centros e pela efetivação de políticas públicas para a categoria, que perderá sua principal fonte de renda. “Nós não só cuidamos do meio ambiente, como também do ser humano.
 
Não tirem do catador o que é dele por direito. Isso é nosso sustento”, reivindicou Claudete Costa, representante da categoria.
 
O líder indígena Roberto Carlos Martins lembrou que o problema dos resíduos sólidos afeta não só os centros urbanos, mas também o campo e a floresta, principalmente com as grandes obras desenvolvimentistas em curso, a mineração, a prospecção de petróleo. “Nós, indígenas, damos conta dos nossos próprios resíduos, mas o avanço, a tecnologia, a evolução está levando um grande problema para as terras indígenas, principalmente com o desmatamento. E o meio ambiente é a nossa vida”, apontou.
 



Carta Maior


Créditos da foto: EBC
ENEM 2013


Método de correção avalia habilidade e 


desvaloriza o "chute"

Usada pelo Enem desde 2009. a Teoria de Resposta ao Item (TRI) calcula notas diferentes de acordo com o nível de dificuldade das questões


A correção do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) utiliza com base a Teoria de Resposta ao Item (TRI) e não segue o padrão das avaliações tradicionais, em que o número de acertos corresponde à média final. Até mesmo o acerto casual - chute - é previsto. A metodologia, usada desde 2009, é a mesma de outros grandes exames como o SAT (espécie de vestibular para algumas universidades norte-americanas) e o TOEFL (que avalia proficiência em inglês). Tomando como exemplo uma prova do Enem com 180 questões, que permitem acerto casual: se duas pessoas acertarem 20 questões - se não forem as mesmas 20 questões - dificilmente elas terão a mesma nota.
Para Tadeu da Ponte, diretor da Primeira Escolha, empresa especializada em avaliações e métricas educacionais, em um exame de grande porte e com tantos participantes, estar bem preparado em todas as disciplinas é fundamental. E, mais do que isso, conhecer bem os processos de correção pode ser decisivo para conseguir uma boa nota. Ele considera o método TRI o mais justo na atualidade, pois valoriza com fundamento estatístico a coerência da relação de erros e acertos, porém, lembra que é um método específico para exames com muitos participantes, como o Enem. “Imagine classificar 7 milhões de pessoas em uma escala de zero a 180. Haveria muitos empates”, diz. “O que a TRI faz é achar um número adequado, em uma escala maior, mantendo as 180 questões exigidas”, completa.
De acordo com o Ministério da Educação, a TRI qualifica o item de acordo com três parâmetros: Poder de discriminação, que é a capacidade de um item distinguir os estudantes que têm a proficiência requisitada daqueles quem não a têm; Grau de dificuldade e Possibilidade de acerto ao acaso (chute)
Essas características permitem estimar a habilidade de um candidato avaliado e de garantir que essas habilidades, medidas a partir de um conjunto de itens, sejam comparadas com outro conjunto na mesma escala, ainda que eles não sejam os mesmos e que haja quantidades diferentes de itens usados para o cálculo.
De acordo com Tadeu, a aplicação da TRI no Enem, na verdade, começa antes do exame. “Quando as questões chegam às mãos dos estudantes, elas já foram previamente classificadas de acordo com o nível de dificuldade. Esse processo tem fundamento estatístico, ou seja, elas já foram resolvidas por alunos de Ensino Médio. Posteriormente, foram incluídas no Banco Nacional de Itens e, finalmente, selecionadas para compor o exame”, explica 
A fase final de aplicação acontece após o Enem, quando um sistema de cálculo atribui valor para cada questão acertada por cada estudante, conforme seu desempenho por nível de dificuldade das questões. Apesar da complexidade, o sistema  desvaloriza os acertos das questões difíceis para quem não pontuou nas fáceis, considerando esses acertos como sorte (ou chute), e não proficiência.
"No entanto, mesmo que de maneira balanceada, todos os erros e acertos são considerados", destaca Tadeu, que complementa: “Se colocarmos lado a lado dois estudantes que acertaram o mesmo número de questões, terá mais pontos aquele cujos acertos forem mais coerentes para calcular a proficiência. Trata-se de uma avaliação de habilidades, portanto o acerto de uma única questão difícil por alguém que acertou somente questões fáceis não pode revelar uma alta proficiência para essa pessoa”.



Fonte: Terra



O desespero do clã Sarney
Sob o risco de perder o poder no Maranhão pela primeira vez em quase meio século, a família do ex-presidente lança campanha predatória contra o principal candidato da oposição
Roseana Sarney
Em quase meio século de domínio no Maranhão, o clã Sarney nunca correu tanto risco de perder o poder. Os sinais de esgotamento começaram a surgir nos protestos que tomaram as ruas de São Luís em junho e ganharam mais substância nas últimas pesquisas de intenção de voto para 2014. Em todas elas, os candidatos apoiados por José Sarney, inclusive sua filha Roseana, atual governadora, patinam em índices de popularidade incomuns para quem ditou os rumos políticos do Estado por tanto tempo. A maior ameaça à hegemonia dos Sarney chama-se Flávio Dino, que lidera as pesquisas para o governo do Estado com quase 60% de apoio, índice que o credencia a liquidar a eleição no primeiro turno. Exatamente por isso, o ex-deputado federal do PCdoB, ex-juiz e atual presidente da Embratur tornou-se alvo de uma campanha implacável de difamação que expõe o desespero de quem não está acostumado a ser oposição. 

Um dos principais escudeiros da família Sarney na batalha contra Dino é o deputado federal Chiquinho Escórcio (PMDB/MA), que tem feito uma devassa nas contas da Embratur em busca de problemas que comprometam o presidente do órgão. Escórcio acaba de protocolar requerimento ao Ministério do Turismo questionando a Embratur sobre a decisão de abrir 13 escritórios de representação no Exterior. Ele também denunciou Dino à Comissão de Ética Pública da Presidência, acusando-o de usar o cargo para fazer campanha antecipada no Estado. “Dino trabalha em Brasília de segunda a quarta e viaja na quinta para o Maranhão. Quem você acha que está pagando isso?”, questiona Escórcio. Com a experiência de quem já travou nas urnas uma disputa com os Sarney em 2010, Dino diz que não cometeria tal deslize. “Todas as viagens não oficiais são pagas pelo PCdoB ou por mim”, garante. O presidente da Embratur diz que fica no órgão até o meio-dia de sexta-feira e só faz campanha depois das 18 horas.
As denúncias feitas por Escórcio ganharam destaque nos veículos que integram o Sistema Mirante de Comunicação, da família Sarney. No domingo passado, o jornal “O Estado do Maranhão” publicou reportagem sobre obras-fantasmas que teriam recebido emendas parlamentares do próprio Dino, quando era deputado federal. Foram R$ 5,6 milhões para a construção de ginásios e campos de futebol na cidade de Caxias. As obras, porém, existem e já foram inauguradas. Há poucos dias, Dino teve que se defender de outra denúncia, a de que recebia salário da Universidade Federal do Maranhão mesmo sem dar aula. Uma nota oficial da própria universidade desmentiu a acusação. Os sucessivos ataques do clã Sarney levaram Dino a revidar. Em denúncias ao Ministério Público, acusa o secretário de Infraestrutura do Maranhão e pré-candidato ao governo, Luis Fernando Silva, de usar helicóptero oficial para reuniões partidárias. 
Flávio Dino lidera as pesquisas
O PCdoB de Dino também questiona o que chama de “manipulação do orçamento” por parte da governadora Roseana Sarney. “A análise da lei orçamentária mostra que Roseana cortou verbas de saneamento, educação e segurança pública, enquanto triplicou o orçamento de Infraestrutura, pasta do pré-candidato deles”, afirma o deputado estadual Rubens Júnior (PCdoB). 
O ex-presidente também entrou na briga. Nos artigos que publica aos domingos em seu jornal, Sarney encarna o papel de vítima e se diz perseguido por uma oposição movida por “ódio, inveja, ressentimento e ambição desmedida”. O grau de irritação do velho senador aumentou depois que o Palácio do Planalto se mobilizou em prol de Dino. Sarney ameaçou sabotar o palanque de Dilma em vários Estados e agora negocia uma solução para o imbróglio. Na quinta-feira, arquitetou-se em Brasília um plano para um acordo capaz de agradar às duas partes. O vice-governador de Estado, Washington Luiz de Oliveira, do PT, trocaria o governo por um assento vitalício no Tribunal de Contas. Assim, Roseana poderia se licenciar para concorrer ao Senado sem o risco de um petista assumir o governo e virar a máquina estadual contra o PMDB. O Palácio do Planalto apoiaria Roseana e tentaria interditar o palanque estadual para Eduardo Campos. O problema é que o PSB de Campos é aliado tradicional do PCdoB e Dino já se comprometeu com o socialista. “Podemos abrir o palanque para todos os aliados que tiverem candidatos à Presidência, inclusive o PT”, diz Dino. A batalha, como se vê, exige uma complexa engenharia política. A única certeza é que, pela primeira vez em muitos anos, os Sarney têm motivos reais para entrar em desespero.

24 de out. de 2013

Gente que Faz por Serra dos Aimorés  

Fabiano Wolff da Silva



Funcionário a 20 anos da APES (Associação de Pesquisa e Desenvolvimento Entomológico de Serra dos Aimorés), mais conhecido como “laboratório”, vem desenvolvendo um trabalho excepcional com jovens no Clube de Desbravadores Falcões do Vale.
No “Gente que faz por Serra”, Fabiano concedeu uma entrevista para conhecermos um pouco deste seu trabalho nos Desbravadores e suas opiniões em outras questões: política, juventude, assistencialismo.


PÑC - Pode-se dizer que estamos enfrentando atualmente uma epidemia de gravidezes em adolescentes. Para ter-se uma ideia, em 2000, o índice era de 18% [IBGE]. Hoje em 2013 [Treze anos depois] os números sem encontram em 33% de mulheres que engravidam entre os 12 e os 19 anos. O que esses dados significam para você?

Fabiano Wolff - Realmente os dados não mentem, pois em nossa comunidade vemos vários casos de adolescentes grávidas, sem nenhuma orientação, pois na verdade ainda não é o momento certo para elas assumirem tal responsabilidade. Sempre venho acompanhando algumas que chegam à SAMISA; lá recebem alguma orientação, ajuda, mas sabemos que na realidade o que falta é um programa de prevenção, pois os programas de atendimento e acolhimento não resolvem o problema. Falta uma política voltada para unicamente a prevenção, atuando com parceria, só assim poderemos com o passar do tempo conscientizar e amenizar a situação.


PÑC - A política Brasileira, vive um colapso de representantes culminando nas manifestações de junho. Os defensores da Democracia ainda acreditam numa política seria e promotora do bem social dos cidadãos. Qual analise você faz da política hoje e se acredita que ela seja promotora de mudanças?

Fabiano Wolff - Infelizmente a política vem sofrendo com o passar dos tempos devido aos políticos que colocamos para administrar os bens do povo. Vemos pessoas revoltadas, mas estes “grandes leões” que hoje vemos soltos rugindo, quando chega a hora de “derrubar a presa”, se tornam “gatinhos assustados”. Espero que este quadro venha a mudar, mas também somos sabedores que nada se constrói da noite para o dia, a reforma começa com pequenas mudanças para alcançar grandes no futuro.


PÑC - O sancionamento do Estatuto da Juventude em 5 de agosto de 2013 pela Presidente Dilma Rousseff garantiu os jovens de 15 a 29 anos direitos específicos. Você acredita que a partir desse mecanismo os jovens se interessem mais pela política? E como você analisa esses jovens de forma geral?

Fabiano Wolff - O objetivo é que os jovens acordem para isso, para a política, e vemos que muitos têm se levantando, o grande problema é que muitos se levantam de  forma desorganizada, é necessário rever os objetivos e como alcançar os mesmos. São poucos momentos como este, em que há possibilidade de mudanças, precisamos acreditar que é possível. 

  
PÑC - No seu perfil na rede social você colocar “Minha maior e ocupação é Desbravador, emoção sem igual, amo estar com a garotada, participar de aventuras com eles”. Como surgiu o Clube de Desbravadores Falcões do Vale em sua vida?
Quais atividades são realizadas pelos Desbravadores no Clube?
Fabiano Wolff - Bom, no nosso site Falcões Do Vale, contamos um pouco da nossa história. Mas tudo começou quando fui ver pela primeira vez um evento de desbravadores, isso em 2002, quando estava lá algo forte me tocou, era aquilo que faltava. Demorou dois anos e começamos o Clube de Desbravadores Falcões do Vale, não somente construído por mim e meus esforços, mas um grupo, uma equipe que acreditou, sonhou e nunca desistiu. É maravilhoso poder estar com a garotada, que na verdade são como filhos, irmãos... nos divertimos muito, praticamos caminhada, excursões, acampamentos, escaladas, estudamos a natureza, aprendemos do Criador. A nossa preocupação, que na verdade é o de todos os clubes de desbravadores, é cuidar de um tripé: crescimento físico, mental e espiritual.

PÑC - Existe a participação do clube em competições estaduais e regionais. Quais títulos os desbravadores de Serra dos Aimorés já conquistaram?
Fabiano Wolff - Nestes quase 10 anos que completaremos em junho de 2014; o clube tem participado e representado a nossa comunidade em eventos regionais que aconteceram em Conselheiro Pena, Teófilo Otoni, Carlos Chagas, Nanuque, Almenara; participamos também de um evento a nível estadual em Lavras/MG. A premiação nos eventos é bronze, prata ou ouro; sempre fomos prata ou ouro, ainda não tivemos o dissabor do bronze. Hoje estamos nos preparando para um evento Sul-americano, chamado Campori da Divisão Sul Americana, que reunirá 8 países da América do Sul com a participação de 32.000 desbravadores; este evento será o maior e mais importante que participamos até aqui, ocorrerá em janeiro/2014.

PÑC - O Clube realiza alguma atividade social no município que favoreça uma interação dos participantes com a Comunidade?

Fabiano Wolff - Sempre apoiamos os trabalhos das Secretarias do Município (Educação, Saúde e Assistência Social), no decorrer dos últimos anos fomos parceiros. Temos também parceria com a DASA; que em muito tem nos apoiado. Promovemos entrega de literatura, limpeza de praças, acompanhamos o desenvolvimento dos alunos nas escolas, pois as mesmas são grandes parceiras; nos preocupamos muito na formação de bons cidadãos, claro que nosso trabalho precisa de mais apoio e reconhecimento como muitos outros grupos e entidades, mas temos lutado e alcançado vitórias.


PÑC - Clube de Desbravadores Falcões do Vale desenvolve um trabalho com jovens 10 a 15 anos. O que acontece com esses jovens que atingem a idade limite? Existe uma ideia de levar esse modelo adotado pelos Desbravadores para mais jovens serrenses?

Fabiano Wolff - Ao completam a idade de 16, em alguns casos ainda mantemos o jovem no clube, mas foge do plano de trabalho, pois a idade requer atividades diferenciadas, os menores não conseguem acompanhar o ritmo dos maiores, trazendo problemas na verdade, pois o que fazemos para o grupo é para satisfazer o período que vivem, caso permaneço com maiores de 16 anos, teria que formar na verdade um novo grupo, mas nossa mão de obra não é tão grande. O Clube de Desbravadores, apesar de ser um órgão da Igreja Adventista, não se limita apenas ao atendimento dos mesmos; as portas estão sempre abertas para todos, tanto que temos cerca de 50% do nosso clube formado por adolescentes de outras denominações.
Seria bom que tivesse na comunidade um movimento que atendesse os maiores de 16 anos, mas que não se preocupasse apenas com o esporte, mas com lazer, cultura, natureza... É necessário se formar pessoas conscientes com o meio que vivem e não apenas tenham um meio de lazer e diversão.


PÑC - Defina Fabiano por Fabiano

Fabiano Wolff - Bom, bem difícil... Sou exigente não somente com os outros, mas principalmente comigo mesmo, gosto das coisas organizadas, mas tudo a seu devido tempo. Busco fazer minha parte, não preocupado com os “louros”, mas consciente da necessidade que vejo. Sei que a responsabilidade é grande, grandes desafios, mas continuo a percorrer o caminho, desistir jamais.


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