Venezuela cria 'vice-ministério da suprema felicidade social'
Pasta vai cuidar de sem-teto, desvalidos, idosos e crianças, diz presidente.
País enfrenta crises de desabastecimento; governo acusa oposição
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro,
anunciou na quinta-feira (24) a criação do que chamou do "Vice-Ministério
da Suprema Felici
dade Social".
O vice-ministério, segundo Maduro, vai ser
responsável por cuidar dos sem-teto, dos desvalidos, dos idosos e das crianças.
"Decidimos criar a pasta do
vice-ministério, e o chamamos deste modo em honra do nosso Comandante Chávez e
de Bolíviar. O Vice-Ministério da Suprema Felicidade Social do povo da
Venezuela. Um vice-ministério de coordenação destas missões, das grandes
missões presidenciais que têm o objetivo da suprema felicidade social",
disse Maduro.
A pasta será liderada
pelo ex-deputado e médico Rafael Ríos.
Entre as medidas de caráter social, Maduro
anunciou o reforço e a criação de novos programas conhecidos como
"missões".
O presidente também analisa a criação de
um programa para atender animais e que receberia o nome de "Missão
Nevado", em homenagem ao cão de Simón Bolívar.
As chamadas "missões"foram
criadas pelo falecido presidente Hugo Chávez para atender os setores menos
favorecidos da população, principalmente nas áreas de saúde, educação,
alimentação e saúde.
O anúncio ocorre em meio à crise no
abastecimento e a uma inflação anual que somou 49,4% em setembro, o que Maduro
atribuiu a uma "guerra nacional e internacional" contra seu governo.
"Com os investimentos que são feitos,
o trabalho que se faz, se não estivesse submetida à guerra nacional e
internacional desses fatores econômicos, a economia (venezuelana) teria um ano
2013 perfeito, teria reduzido a inflação abaixo de 20%", afirmou Maduro na
véspera.
A crise econômica se aprofundou na
Venezuela este ano, com contínuas altas nos preços dos alimentos e escassez de
alguns produtos e os analistas projetam que a inflação alcançará 50% ao ano
contra um prognóstico inicial do governo de entre 14% e 16%.
O presidente solicitou no dia 8 de outubro
poderes especiais à Assembleia Geral a fim de decretar leis em matéria de
combate à corrupção e ao que chama de "guerra econômica".
Na quinta-feira, o ministro para a
Alimentação, Félix Osorio, revelou que a Venezuela importará 400 mil toneladas
de alimentos de países latino-americanos nos meses de novembro e dezembro,
incluindo 80 mil toneladas do Brasil.
A escassez cíclica de alimentos como
açúcar, café, azeite e leite, ou produtos básicos como papel higiênico, tem se
agravado a cada mês na Venezuela.
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